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"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras." (Aristóteles)


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Inspiração militar transforma agente de trânsito em lacaio

Por Carlos Santos

O Projeto de Lei Complementar 038 de 7 de dezembro de 2009, assinado mecanicamente pela prefeita de direito Fátima Rosado (DEM), é um documento infame. Deve ser votado hoje às 14h pela Câmara de Vereadores, custe o que custar.

Ele atesta o nível de arbitrariedade da atual gestão municipal. Segue aquele lema que chefetes periféricos adoram arotar: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Em essência, oficializa a tirania contra 57 jovens. Transforma-os em penduricalhos fardados, em vez de tratá-los como servidores públicos concursados, sob princípios da dignidade e isonomia.

A ideia embutida é manietá-los e amordaçá-los, sobretudo porque em poucos meses de atividade funcional, demonstraram alto nível de consciência política e destemor. Ou seja, possuem "defeitos" inaceitáveis para qualquer poder arrogante e personalista: pensam e agem.

A prefeita que não manda patavina e o prefeito de fato que manda e desmanda, plenipotenciário Gustavo Rosado (PV), querem sabujos adestrados lhes prestando continência e reverência cerimonial. Versão de fazer inveja à Sucupira do dramaturgo Dia Gomes.

“(...) Deixar de cumprimentar superior hierárquico ou apresentar os sinais de consideração e respeito”, diz o projeto, levará o agente à advertência. “(...) Retirar-se da presença de superior hierárquico sem pedir a necessária licença” também é caso de indisciplina séria.

Lacaios

Já um servidor da Secretaria de Tributação ou da Educação, com o mesmo comportamento "insubordinado", não é passivo de punição. Dois pesos e duas medidas para empregados públicos da mesma esfera? Por quê?

O projeto que chegou às pressas à Câmara de Vereadores, para ser votado sem uma simples espiada de soslaio dos vereadores, assusta pelo autoritarismo. Faz dos "amarelinhos" uma tropa de lacaios, em cima de um regimento militar abarrotado de deveres e quase omisso em vantagens.

Eles são civis, não militares. São servidores com os mesmos direitos e deveres dos demais. A lei em gestação os transforma em soldados sem armas. Discrimina-os, segrega-os, humilha-os.

O conjunto de normas parece exumado do baú de algum remanescente da Waffen SS, tropa especial que prestava guarda particular ao "fuhrer" Adolf Hitler. Era uma elite preparada para matar e morrer por seu amo. De fidelidade canina.

Apesar de servidores municipais serem regulados por um Regime Jurídico Único, a patota do Palácio da Resistência empurra esse monstrengo. O “jurista” que aprontou o texto parece um inábil magarefe. No manuseio das lâminas, esfola a lógica e coloca seus próprios patrões em embaraços.

O Control C (copia) e Control C (cola) foram feitos sem uma revisão mínima. É pouco provável que resista, mesmo aprovado cegamente pela maioria dos vereadores, a um questionamento judicial.

Pelo visto, incompetência é regra básica para ser integrante do circulo fechado da patota, além do jeito de abanar o rabo – sinalizando suposto carinho pelo dono. Tudo enquanto não vence o prazo de validade dos inquilinos desse poder.

Fonte - http://www.blogdocarlossantos.com.br/

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